Os Segredos Mortais da ‘Mulher com as Pernas Cruzadas’
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Os Segredos Mortais da ‘Mulher com as Pernas Cruzadas’
A Incrível Jornada da ‘Mulher com as Pernas Cruzadas’
Os Segredos Mortais – Ela é conhecida como a ‘mulher com as pernas cruzadas’: os restos mortais de uma peruana que faleceu há cerca de 600 anos. Assim como muitas múmias dessa região do mundo, seus braços também estão cruzados. De forma incomum, suas mãos estão unidas. Graças à pesquisa do Projeto Múmia Alemã, agora sabemos o que ela estava segurando – não joias preciosas, mas dentes de leite de uma criança.
O Projeto Múmia Alemã: Uma Jornada de Descoberta
O Projeto Múmia Alemã é uma iniciativa de pesquisa internacional lançada em 2004, depois que 19 corpos embrulhados e preservados da América do Sul foram descobertos em caixas não identificadas no porão do museu durante uma reforma. Eles foram rapidamente guardados e movidos para um local seguro durante os bombardeios aliados na Segunda Guerra Mundial; no caos do pós-guerra, sua devolução foi esquecida.
Desde sua redescoberta, pesquisadores de vários países europeus colaboraram na análise deles, juntamente com mais de 100 múmias de diferentes origens mantidas em várias coleções. Eles utilizaram a datação por carbono, análise genética e radiologia de ponta, entre outras tecnologias, para revelar pistas sobre indivíduos que viveram centenas, às vezes milhares, de anos atrás.
A Diversidade da Múmificação
Existem muitas maneiras de mumificar, ou ser mumificado, como a exposição mostra. Corpos deixados no deserto rapidamente se desidratam. O frio intenso tem um efeito semelhante, como demonstrado pelo “Homem do Gelo” Ötzi, encontrado nas altas montanhas dos Alpes italianos com 5.400 anos. Pântanos fornecem ambientes anaeróbicos que interrompem a decomposição: um pântano ácido preserva a pele, mas dissolve os ossos; um alcalino faz o oposto. Algumas civilizações, especialmente os antigos egípcios, usavam produtos químicos para ajudar a retardar a decomposição de um corpo, como sais e resina. Mais tarde, as pessoas usaram misturas contendo formalina. Hoje, o anatomista Gunther von Hagens e suas polêmicas exposições “Corpos: A Exposição” popularizaram o processo de plastinação, que substitui a água e a gordura nos tecidos por polímeros.
Histórias Reveladas pela Ciência
Entre os mais extensamente estudados das redescobertas estão os restos de uma mulher com dois filhos pequenos, um deles deitado de bruços sobre ela. Os antropólogos haviam assumido que a criança havia sido colocada ali relativamente recentemente, porque o tecido de amarração dela parecia muito mais fresco em cor do que os dos outros corpos. Mas a datação por carbono e as tomografias computadorizadas (CT) mostraram que todos os três datavam do período medieval, antes da entrada dos europeus na América do Sul; que a mulher provavelmente morreu em seus primeiros trinta anos; e que as crianças eram pequenas. Uma amostra do intestino da mulher mostrou vestígios da bactéria Helicobacter pylori, que causa doenças gástricas, e arracacha, um vegetal andino.
Descobertas Surpreendentes
Em julho, a equipe descobriu que a criança mais jovem tinha uma caixa torácica superexpandida e um bloqueio em sua traqueia, indicando que ela provavelmente sufocou até a morte. Uma amostra do material estranho está passando por análise histológica e molecular no Instituto de Estudos sobre Múmias em Bolzano, Itália (a cidade onde Ötzi repousa). O diretor do instituto, Albert Zink, afirma que a identificação deve ser concluída a tempo de atualizar a exposição antes de seu término.
Revelações Médicas
A equipe identificou causas plausíveis de morte em outros restos mortais. Por exemplo, uma tomografia computadorizada de um homem de meia-idade do Egito que morreu há cerca de 2.000 anos indicou um provável tumor na glândula pituitária, que tipicamente leva ao excesso de secreção de hormônio do crescimento. A tomografia mostrou as características faciais espessadas e as mãos e pés aumentados típicos do distúrbio.
Desmistificando Antigas Múmias
Uma múmia Inca sul-americana em traje de guerreiro, abrigada no Museu de Culturas em Basileia, Suíça, era um mistério desde a década de 1970, quando uma radiografia revelou uma múmia semelhante a uma mulher. Agora, uma tomografia computadorizada revelou que na verdade é um menino pequeno com cerca de sete a nove anos, com a cabeça e a medula espinhal pontilhadas de tumores. A envoltura provavelmente foi uma manipulação do início do século XX por comerciantes em busca de um preço mais alto, especula a equipe.
Uma Exposição de Fascinação
Essa exposição cuidadosamente curada, que fornece informações em alemão e inglês, e inclui apresentações de algumas das tecnologias usadas, está repleta de outras curiosidades. Há, por exemplo, os cadáveres naturalmente mumificados de 200 anos de uma coleção descoberta em 1994, novamente durante obras de renovação, na cripta de uma igreja em Vác, Hungria. Um microclima especial auxiliou o processo de mumificação. Os restos foram colocados em caixões de pinho, almofadados com lascas de madeira que poderiam ter liberado terebintina para inibir o crescimento de fungos e bactérias. Também há corpos de pântanos entrelaçados dos Países Baixos. Eles não eram amantes, como se supunha antes: a análise científica mostra que eram dois homens que morreram há 2.000 anos e que acabaram se enroscando em suas sepulturas pantanosas.
Da Radiografia à Tomografia
Em exibição, também está o primeiro raio-X de uma múmia, tirado em Frankfurt em 1896, apenas meses depois de Wilhelm Röntgen ter produzido e detectado a radiação eletromagnética. Ele fica ao lado de uma tomografia computadorizada moderna dos mesmos restos mortais, além da múmia em si. Particularmente impressionante é uma reconstrução facial digital em 3D baseada em uma múmia feminina peruana com cerca de 500 anos. Olhando para sua pele suave e cabelo escuro, fui comovido por seu destino: pensei que ela morreu muito jovem.
Uma Viagem Através da História
Ötzi está fisicamente ausente, mas a falta é equilibrada por uma elegante e intuitiva exibição interativa sobre a massa de dados que os pesquisadores reuniram sobre ele. O Homem do Gelo está entre as múmias mais antigas já descobertas, e sua presença virtual completa uma exposição que abrange muitas épocas e lugares.
Não perca a oportunidade de descobrir os segredos da vida por meio das múmias no Museu Reiss Engelhorn, em Mannheim, Alemanha, com a exposição “Múmias: Segredos da Vida.”
Conclusão
A exposição “Múmias: Segredos da Vida” oferece uma visão fascinante da história por meio da análise detalhada de múmias de todo o mundo. Essas descobertas revelam não apenas os métodos de mumificação utilizados por diversas civilizações, mas também detalhes surpreendentes sobre as vidas e mortes das pessoas que viveram há séculos. A ciência por trás dessas análises é incrível e nos permite reconstruir o passado de uma forma que nunca pensamos ser possível.
Aproveite a oportunidade de visitar essa exposição única e descobrir mais sobre a ‘mulher com as pernas cruzadas’ e muitas outras múmias incríveis.
Cronologia da Descoberta e Estudo das Múmias: Uma Jornada Através do Tempo
Ordem | Descrição da Descoberta | Localização | Data | Ano | Responsáveis pela Descoberta |
---|---|---|---|---|---|
1 | Redescoberta das múmias | Museu Reiss Engelhorn, Alemanha | Durante reforma | 2004 | Equipe do Projeto Múmia Alemã |
2 | Métodos de mumificação | Diversas regiões | – | – | Diferentes civilizações ao longo da história |
3 | Estudo da ‘Mulher com as Pernas Cruzadas’ | Museu Reiss Engelhorn, Alemanha | Séculos atrás | – | Equipe do Projeto Múmia Alemã e pesquisadores internacionais |
4 | Análises científicas reveladoras | Vários locais | – | – | Equipe do Projeto Múmia Alemã e especialistas em diversas áreas |
5 | Descoberta da manipulação de múmias | Museu de Culturas, Suíça | Década de 1970 | – | Pesquisadores e especialistas da época |
6 | Desvendando causas de morte | Diversos locais | – | – | Equipe do Projeto Múmia Alemã e especialistas médicos |
7 | Variedade de métodos de mumificação | Diversas regiões | – | – | Diferentes civilizações ao longo da história |
8 | Evolução da análise de múmias | Diversos locais | – | – | Pesquisadores ao longo da história |
Perguntas Frequentes
1. Onde está localizada a exposição “Múmias: Segredos da Vida”?
A exposição está localizada no Museu Reiss Engelhorn, em Mannheim, na Alemanha.
2. Quais tecnologias foram usadas na análise das múmias?
Os pesquisadores utilizaram a datação por carbono, análise genética e tomografias computadorizadas, entre outras tecnologias avançadas.
3. Qual é a múmia mais antiga em exibição?
O Homem do Gelo, também conhecido como Ötzi, é uma das múmias mais antigas já descobertas, com 5.400 anos.
4. Como as múmias eram preservadas no passado?
Diferentes civilizações usavam métodos variados, incluindo desidratação no deserto, exposição ao frio intenso, produtos químicos, plastinação e até ambientes de pântano.
5. Qual é a principal lição que podemos aprender com a exposição “Múmias: Segredos da Vida”?
A exposição nos ensina a importância da ciência na descoberta de segredos do passado e na compreensão de como diferentes culturas preservavam os mortos.