Pinturas Rupestres Submersas na Amazônia - A atual seca no coração da floresta amazônica tem revelado tesouros ocultos e misteriosos no leito do rio Manaus. Gravuras antigas, datadas entre 1.000 e 2.000 anos, emergiram para a luz do dia, proporcionando aos arqueólogos uma visão única e emocionante da ocupação humana na região. Esta descoberta extraordinária, a segunda vez que tal fenômeno é testemunhado, levanta questões fascinantes sobre quem esculpiu essas pinturas rupestres e qual o significado por trás delas.
Situadas na confluência dos rios Negro e Amazonas, próximo a Manaus, Brasil, as raras esculturas conhecidas como "Caretas" retratam água, animais e pequenos rostos humanos. Essa última revelação, incluindo rostos humanos, ocorreu pela primeira vez em 2010, durante uma seca regional. Eduardo Neves, presidente da Sociedade Brasileira de Arqueologia, destaca que as esculturas indicam não apenas arte, mas um local de ocupação significativo. Jaime Oliveira, do Instituto Brasileiro do Patrimônio Histórico, sugere que as secas no passado foram mais severas, indicando que essas pinturas podem ter sido criadas em períodos em que o rio estava seco ou inexistente.
A seca recorde possibilitou a documentação dessas gravuras, revelando não apenas a destreza artística, mas também insights sobre a vida cotidiana dessas comunidades antigas. Os pesquisadores agora enfrentam o desafio de decifrar o propósito por trás dessas representações e o que elas revelam sobre as sociedades que as criaram.
Ao lado de animais esculpidos e representações simbólicas de água, as cabeças humanas nas Caretas apresentam características intrigantes. Com bocas pronunciadas, mas narizes ausentes em muitas, essas esculturas revelam emoções distintas. Segundo Eduardo Neves, as figuras humanas transmitiam emoções variadas, de felicidade a tristeza. Essa complexidade artística oferece aos arqueólogos uma janela para os estados de espírito das pessoas que habitavam essa região durante o período em que as pinturas foram criadas.
Interpretar corretamente essas esculturas é crucial para desvendar informações valiosas sobre a vida cotidiana, celebrações e desafios enfrentados por essas . As emoções representadas nas Caretas fornecem pistas sobre as experiências humanas da época, permitindo uma conexão mais profunda com o passado e uma compreensão mais holística das sociedades antigas na região.
Atualmente protegido pelo Estado, o local da descoberta enfrenta desafios relacionados ao aumento iminente do nível do Rio Negro. As autoridades alertam que o rio provavelmente subirá novamente em novembro, o que levanta preocupações sobre a preservação dessas pinturas rupestres. A corrida contra o tempo começou para documentar meticulosamente os petróglifos antes que eles voltem a ficar submersos.
Enquanto essa descoberta é notável, ela não está sozinha na revelação de tesouros arqueológicos na floresta amazônica. A "Capela Sistina dos Antigos", descoberta em 2016, apresenta uma extensa faixa de rocha antiga com pinturas que retratam a interação de caçadores com a megafauna da Idade do Gelo. Essas descobertas conectam não apenas épocas distintas, mas também revelam uma continuidade na representação das emoções humanas através da arte rupestre.
Localização | Período Provável da Inscrição | Descoberto por | Responsável pelo Estudo |
---|---|---|---|
Confluência dos Rios Negro e Amazonas, Manaus, Brasil | 1.000 - 2.000 anos atrás | Jaime Oliveira (2010) | Instituto Brasileiro do Patrimônio Histórico (Iphan) |
Confluência dos Rios Negro e Amazonas, Manaus, Brasil | 1.000 - 2.000 anos atrás | Equipe de Arqueólogos (2023) | Em andamento - Autoridades do Serviço Geológico do Brasil |
Esta tabela destaca informações cruciais sobre a descoberta das pinturas rupestres na Amazônia, revelando não apenas a localização e a antiguidade das inscrições, mas também os pioneiros responsáveis pela descoberta e estudo contínuo. A exploração dessas águas amazônicas oferece uma visão única da rica história que se desenha nas pedras submersas, proporcionando uma conexão fascinante com as civilizações antigas que deixaram sua marca na região.
Pergunta 1: O que torna essas pinturas rupestres tão especiais?
Resposta: As Caretas, reveladas nas águas do Rio Manaus, retratam não apenas animais e água, mas também rostos humanos, transmitindo emoções antigas e desvendando mistérios sobre as civilizações perdidas na Amazônia.
Pergunta 2: Quem descobriu as pinturas e quando?
Resposta: Jaime Oliveira e sua equipe, em 2010, foram os pioneiros. Em 2023, uma nova expedição, liderada por autoridades do Serviço Geológico do Brasil, está desbravando as águas para documentar meticulosamente esses tesouros submersos.
Pergunta 3: Qual a importância dessas descobertas para a arqueologia?
Resposta: As pinturas não só proporcionam insights sobre a vida cotidiana de civilizações antigas, mas desafiam as noções preexistentes sobre a Amazônia, sugerindo períodos de seca mais severos e uma rica história submersa.
Pergunta 4: Por que a pressa em documentar as pinturas?
Resposta: Protegidas pelo Estado, as Caretas enfrentam o risco iminente de submersão devido ao aumento do Rio Negro em novembro. A corrida é contra o tempo para preservar esses tesouros arqueológicos.
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